Reportagem publicada em o “Diário do Pará” deste domingo, dá seguimento às denúncias de corrupção na SEFA, envolvendo um suposto esquema de sonegação.
O presidente do Sindicato do Fisco do Pará (Sindifisco), Charles Alcântara, “prega a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa.”.
Segundo a matéria, “Alcântara declara, desde já, sua disposição de relatar, na condição de agente do fisco e de presidente da entidade, tudo o que sabe a respeito do que considera ‘nociva interferência do poder econômico na administração tributária estadual’. E mais: promete dar nomes, sobrenomes e cifras.”.
Declara o presidente do Sindifisco que “a interferência no trabalho dos fiscais da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefa) ‘está associada à completa degeneração do sistema político-eleitoral’”.
Traduza-se como “degeneração do sistema político-eleitoral” a correspondência que se estabelece entre alguns políticos e o fisco, através de nomeações, politicamente manejadas, de coordenadores da Receita Estadual, ou fiscais da mesma, o que representa certo controle das atividades fiscais por estes políticos.
Se já há conhecimento de como a sonegação fiscal está estabelecida, se o presidente do Sindifisco está disposto a relatar tudo o que sabe e, inclusive, “dar nomes, sobrenomes e cifras”, porque esperar uma CPI para isto?
As CPIs, volto a insistir, são ferramentas de investigação, sem poder de providência consequente: depois de meses de promoções midiáticas faz-se um relatório, juntam-se os depoimentos e envia-se tudo ao Ministério Público respectivamente competente para tomar as providências legais cabíveis.
Se já se sabe de todos os detalhes, se já há “nomes, sobrenomes e cifras” da sonegação fiscal no Pará, querer esperar 90 a 120 dias pela conclusão de uma CPI é uma completa falta de senso: que se entreguem logo os detalhes a quem tem as prerrogativas de tomar as providências.
Fonte: Blog do Parsifal