No Brasil existem aproximadamente trezentos mil contadores, e
somente no estado de São Paulo o número chega a mais de 76 mil
profissionais, segundo o Conselho Federal de Contabilidade. Além disso, a
contabilidade é a quarta profissão que mais oferece oportunidade de
trabalho no mundo. Informações estratégicas que uma empresa necessita
para tomar decisões importantes, a contabilidade oferece de forma
precisa. Conhecido antigamente por “guarda-livros”, o contador tem um
importante papel na Sociedade
e, nesses últimos anos, as transformações foram fortes no mercado, de
tal modo que confere um dos cursos que oferecem o melhor
custo-benefício.
“Muitas coisas ocorreram nesse período. Quando comecei na profissão
trabalhava com ficha tríplice, cópia de diário em gelatina e os
equipamentos mais modernos que as empresas pequenas e médias tinham, à
época, eram os sistemas Ruff e Front Feed”, relembra o presidente da BDO
Auditoria, Consultoria e Contabilidade, Raul Corrêa da Silva, que conta
uma experiência de mais de quarenta anos no mercado contábil. “Em
meados dos anos 70, a Sharp lançou uma máquina que seria, talvez, o
primórdio dos sistemas informatizados, e já nos anos 80, começaram a ter
os primeiros microcomputadores e primeiros sistemas de troca de
informações entre os vários departamentos das companhias,” completa.
De acordo com Corrêa, foi o início de grande mudança, sendo que,
dessa forma, a contabilidade passou a processar com maior velocidade e
exatidão seus números, que mesmo assim eram insuficientes para mostrar a
realidade das empresas com foco gerencial.
“Nos anos 90, com o controle inflacionário e ERP’s mais
sofisticados, porém simples, a contabilidade deu a grande guinada que
passou a exercer o efetivo papel de ferramenta de controle e gerencial”,
enfatiza. “Apesar de ter começado como técnico de contabilidade em
1971, a partir de 1976 iniciei na atividade de auditoria. Uma profissão
que está em permanente crescimento e adaptação no mercado”, diz.
Para se adaptar e melhor atender os clientes diante das
transformações do mercado contábil, a BDO passou por um logo tempo de
amadurecimento. “Ao fundar a Terco, em 1982, procurávamos estar próximo
às entidades contábeis pelo trabalho de reciclagem e atualização, bem
como possibilidade de benchmarking com as outras empresas do mercado,
com o desenvolvimento das normas internacionais, passamos em 1988 a ter
uma representação internacional (MRI, hoje PRAXITY) e, desde aquela
época, participamos com assiduidade de cursos e congressos
internacionais para estar up to date com as melhores práticas contábeis
internacionais”, conta.
Em 2001, ao vender a Terco e fundar a RCS, ficou fora do mercado de Auditoria
por força de contrato de não competição até o final de 2004. Naquele
período, esteve trabalhando com finanças corporativas, o que acabou
trazendo um conhecimento importante sobre ferramentas gerenciais, que
implantou com sua equipe a partir de 2005.
Considerada a maior empresa de Middle Market, iniciou-se um
processo de capilarização e hoje administra a BDO RCS, quinta maior
empresa do país, com 18 escritórios e mais de 800 profissionais.
Sobre o projeto de lei que exige contabilidade para todas as
empresas, aprovado na CCJ do Senado, ele avalia de forma positiva e
acrescenta: “Sempre trabalhei com a premissa de que a contabilidade não é
para atendimento fiscal, e sim para gerar informações de decisão. Dessa
forma, nunca tive clientes que não tivessem contabilidade mensal. É
fundamental para a consolidação e sobrevivência das empresas”. A
contabilidade mudou e o contador também.
“Hoje todas as entidades de classe permitem acesso gratuito às
melhores práticas, sendo que a formação e adaptação dos profissionais às
normas internacionais serão uma consequência simples e prática. Como
acontece com toda mudança, o início é mais trabalhoso, mas depois
apresenta uma adaptação integral”, acrescenta Corrêa.
Segundo ele, o papel do profissional de contabilidade e do
empresário é um processo irreversível, e quanto antes o profissional
estiver adaptado, seu escritório sai na frente com melhores condições de
crescimento.
Nesse sentido, a empresa já trabalha com o Sped desde o seu
surgimento, procurando auxiliar o cliente em processos tanto de
informação quanto de implementação de sistemas. Ainda segundo Corrêa, o
cenário do mercado nestes últimos dois anos foi muito favorável. Com a
crise europeia e uma estabilização na Economia nacional, houve uma série de Investimentos internacionais que acabaram por resultar em um forte processo de Fusão de aquisições de empresas que movimentaram o mercado e geraram maior necessidade em adaptar-se às novas normas.
Fonte: DCI